Desconcentração pulsante. O dia inteiro olhando na tela as letras enfileiradas. E tudo o que de lá reluzia era a delineação de nossos quadris encaixados. Volto pra mesma linha compulsoriamente. Contra a parede, eu contraída e salivante. Pulo o parágrafo para quebrar o ritmo. Volto a sentir teu gosto em minha língua, o desejo na dor meio aos seus dentes.Todos em volta calados. Leitores compenetrados. Ofegante, sinto no corpo os detalhes do que eu queria.
Finalmente, você decantado em meu gozo.
Após um certo tempo deitada e relaxada, uma simples gota escorria de dentro de mim. Só uma gota. A medida certa de algo que lhe era tão íntimo e não meu, tinha a temperatura levemente mais fria do que a corporal que involuntariamente me acariciava enquanto descia uma dobra mais sensível. Sorri com prazer e agarrei-lhe mordendo-lhe o braço.
Precisava das duas mãos dele em meu corpo o tempo todo, senão começava a levitar. Me segura o tempo todo, me lembre que estou aqui, devagar, me traz de volta, fica. Sexo, escrita e a necessidade de aterramento. Ânsia de fazer sentido imediato, de pertencer a uma insipiente totalidade. Constatar o vazio na tentativa de superá-lo momentaneamente. Por que o sagrado escapa? O sagrado gasta. Buceta não gasta.
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