Era um sábado de manhã cedo, eu tomava café na cozinha enquanto as crianças dormiam. Fazia um mês que meu casamento finalmente desmoronara após um longo período de pequenas erosões. Um mês da nossa última briga, ele finalmente admitira que vinha me traindo e foi quando descobriu, para sua surpresa, que as semanas em que viajava a trabalho na verdade vinham sendo aliviantes para mim, pois eu não precisava esconder minha indiferença.
Minha filha de 6 anos levantou primeiro, não a escutei e ela me viu fumando. Não havia como disfarçar que havia algo errado acontecendo. Ele disfarçava melhor, era mais fácil, pois só aparecia quando estava tudo sob controle, nunca era pego de surpresa. Os olhos dela me fitaram com preocupação. Os outros dois mais novos, acostumados à rotina sem o pai, apenas se apegaram mais mim. Ela não, até nas reuniões do sindicato ela costumava ir com ele.
Mas era 1994 e a inflação conseguia ser o maior de meus problemas.
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