quarta-feira, 29 de agosto de 2007

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Deus em mim é como um rato escondido na cozinha:
Às vezes de madrugada o vejo com sua corridnha desengonçada. Então paro, espero sem saber
o que fazer; é tarde e esse é o tipo de situação que eu sei, existe uma resolução, comum mas na qual
não consigo pensar na hora. Talvez seja o cansaço e de manhã ao me lembrar do que ocorreu ou num
desses momentos em que esteja concentrada em outra coisa me venha a imagem do ocorrido e a
ideia engraçada de não sabido resolver antes.
Mas curiosamente, nos dias seguintes, isso não se realiza e prefiro achar que o ser incomodador foi embora.
Assim eu vivo, passam-se os dias e ele não está lá - mas toda noite em que eu entrar na cozinha,
lembrar-me-ei; no fundo, em algum lugar, ele sempre estará. - Ah! E que esteja! - agora e na hora de
nossa morte amém !



Algo não passa pela minha mente (tamanho seria meu pavor) :
Um dia eu abro o forno, faz- se o ranger, as grades deslisam mecanicamente para fora, e encontro o rato morto - já imaginou se Deus aparecesse morto? E eu tendo de lidar com aquilo. Segurá-lo pela
cauda?- teria Deus cauda? Pendurado, sentindo seu peso, sua rigidez, a extinta existência? O que fazer
então ? Jogá-lo no lixo ? Jogam-se ratos no lixo? com restos de comida ? Ninguém me ensinou a lidar com isso. E então na manhã seguinte Deus iria embora num caminhão, quem sabe até já fedendo.

Nenhum comentário: